Quebra | Confusão | Não leia

Quebra de paradigmas e reflexão sobre o consciente coletivo.

[24/02/2008] Toda a produção cultural que temos conhecimento nos dias atuais pode ser alterada a qualquer momento. Refiro-me, por exemplo, à larga produção digital que se forma e ainda as grandes correntes que se mobilizam em torno de termos, do tipo, “organizações e/ou movimentos” afins... O avanço tecnológico será elemento desatador/devastador para valores, crenças e rituais que já a diversas gerações nos acompanham. Já é difícil para mim mesmo, sem ser preconceituoso, ver mulheres lavando suas roupas embaladas por músicas que saltam de suas bocas como um ato comum e expressão legítima de humanidade. Mesmo mitos e lendas pós-rurais que fizeram parte de minha infância como a quaresma ser um período de refúgio espiritual, em todos os sentidos... Lembro-me quando morria de medo pela madrugada, quando ouvia qualquer barulho e sempre me vinha na cabeça, como que de relance, e além de tudo como se fosse muito natural a imagem de um lobisomem. Aliás, essa ressaca de mitos e histórias, acho, foi o que desencadeou esse movimento estranho e esta sensação mórbida de perca de “localidade na realidade”. Caros amigos, a falência cultural é breve.

[25/02/2008] Esta semana postei no blog uma reflexão a respeito da exploração constante da imprensa referente à especulação (criação de boatos) que sempre acaba virando pauta noticiosa por longa data. Como bom entendedor de meias verdades de um modo geral, a população não se manifesta e ao invés de criar “produzir” sempre é consumidora de conteúdo o que acaba tornado o dia-dia mais sem assunto que o de costume. Ou ainda quando exploram a notícia como uma forma de acentuar as diferenças de classe, uma matéria que diz o RAP ser da paz, por exemplo, pode ser uma bomba relógio, ou não. O certo é que, sempre há algo pingando sangue na maioria dos jornais e ainda, nunca, há uma programação ou ao menos uma campanha que de fato impulsione a galera a desenvolver suas comunidades; que sempre permanecem a mingua e deleite de oportunistas políticos, estes sim que, aliás, têm desenvolvido novas formas para se promover. Uma delas o orkut, particularmente, mais um espaço de autopromoção do que um ambiente de produção “do bem” há sim, aqueles que exploram os mais maquiavélicos meios de destruir, inferiorizar, quando não, maquinar artimanhas para sacanear, ainda mais quando se trata de coletividade, aí sim, evidenciam-se grupos, e muito bem “organizados”. Não há nada na NET (...) que possa propor o oposto. Aí está um grande desafio para os atuais educadores e gestores do “poder” público, utilizar dos espaços alternativos, entre eles a internet que possui inúmeros/as e aglomerações públicas com entusiasmo bastante para conseguirmos o que é de direito e não o que é considerado e dado na prática “caridade”. Nem o mínimo vem sido cumprido, quem dirá as obrigações. A enorme devastação da Amazônia, que já não é mais “devastação”, está mais para exploração... Esta nem é capa de nada. Ninguém está nem cagando para isso(...)
_ O meio ambiente é no mato; onde tem bicho.
_ Onde eu moro não tem mais meio ambiente.
_ É assim mesmo.
Este é o tipo de afirmação omissa e inerte que estou (mos) saturado de ouvir, faço minha parte, acho. Não jogo meu lixo em vias públicas, tento consumir só o necessário e sempre desligo a torneira quando escovo os dentes. Ninguém o faz, se o faz não tem coragem de contar para ninguém para não ser o bocó da turma.

[29/02/2008] É difícil compreender como é fácil manipular assuntos e gerar tendências a partir de reflexões tão simples que se tornam incompreensíveis como é o caso... Qualquer tipo de música ou atividade lúdica tem o poder transformador de re-significar e re-pensar a sua condição de vida... O fato, é que quando não se possibilita a vida com dignidade, respeito e igualdade, que é o caso do Brasil, abre-se as brechas necessárias para a auto-exclusão e consequentemente para as atitudes de re-inserção no "meio de vida"... Nesse contexto tão consumista e fútil, os objetos de consumo realmente são de consumo, pois, sua vida útil é tão curta que já é possível se questionar ou ainda rever esta nomenclatura. Ainda assim, as histórias, milhares...
_Ah, meu amigo era mendigo (tipo), trabalhou demais viu?!
_Sofreu!
_E hoje?
_Ah, hoje ele está rico e muito feliz.
_Olha, nessa vida temos que batalhar viu?!
É uma agressão à minha intelectualidade este tipo de afirmação! É impossível que a omissão seja tão descarada?! E você ainda pense o mesmo.

Por favor, leia esta reportagem:
http://ondajovem.terra.com.br/materiadet.asp?idtexto=279

[02/01/2008] Você passa por um lugar qualquer, você as vezes nem repara... Rotina. Mas, e quando você toma aquele choque? Quando você consegue enxergar uma linda flor no meio do lixo e tudo começa a fazer sentido...
Ah! Então você já volta de relance e cai literalmente no seu corpo como se fosse uma pedra. Olha em seu entorno e não consegue falar com ninguém sobre aquela maravilhosa experiência que acabou de passar, mas já sabe... Você é uma LUZ. Tudo é um todo e só o consciente coletivo pode passar adiante esta mensagem de forma esclarecedora!
Onde quero chegar? Bem, todos já estudaram mesmo que superficialmente a "Revolução Industrial".

A Revolução Industrial consistiu em um conjunto de mudanças ' tecnológicas com profundo impacto no processo produtivo em nível econômico e social. E já era previsto por diversos pensadores da época inclusive David Ricardo que entre 1809 e 1815 publicou alguns panfletos sobre temas de economia monetária, repartição da renda e comércio internacional. A partir de então dedicou-se (contra a vontade) a escrever um tratado teórico geral sobre a economia, os Princípios, que foi publicado em 1817 e se constituiria num marco teórico decisivo para o desenvolvimento da economia política clássica. Iniciada na Grã-Bretanha em meados do século XVIII, expandiu-se pelo mundo a partir do século XIX. Ao longo do processo (que de acordo com alguns autores se registra até aos nossos dias), a era agrícola foi superada, a máquina foi suplantando o trabalho humano, uma nova relação entre capital e trabalho se impôs, novas relações entre nações se estabeleceram e presume-se que tenha surgido aí o fenômeno da cultura de massa. Essa transformação foi possível devido a uma combinação de fatores, como o liberalismo econômico, a acumulação de capital e uma série de invenções, tais como o motor a vapor. Antes da Revolução Industrial, a atividade produtiva era artesanal e manual (daí o termo manufatura), no máximo com o emprego de algumas máquinas simples (arado de boi, moinho de vento...). Dependendo da escala, grupos de artesãos podiam se organizar e dividir algumas etapas do processo, mas muitas vezes um mesmo artesão cuidava de todo o processo, desde a obtenção da matéria-prima até à comercialização do produto final (veja onde está a inversão de valores, o capitalismo fragmenta o trabalho, mas atualmente todos os patrões querem funcionários multifuncionais). Esses trabalhos eram realizados em oficinas nas casas dos próprios artesãos e os profissionais da época dominavam muitas (se não todas) as etapas do processo produtivo (aí se vê que o trabalho estabelecia um laço com o trabalhador, não era só dinheiro! A prática profissional estava quase sempre atrelada à auto-realização e percebe-se que tinha significado). Com a Revolução Industrial os trabalhadores perderam o controle do processo produtivo (ficaram alienados), uma vez que passaram a trabalhar para um patrão (na qualidade de empregados ou operários), perdendo a posse da matéria-prima, do produto final e do lucro. Esses trabalhadores passaram a controlar máquinas que pertenciam aos donos dos meios de produção os quais passaram a auferir os lucros. O trabalho realizado com as máquinas ficou conhecido por maquinofatura.

Já fizeram uma análise crítica, um recorte no ambíguo sobre o assunto? Já pararam para pensar que em cerca de 200 anos o homem conseguiu alterar de forma significativa todas as relações de valor? Bem, o que são as relações de valor? A relação que você estabelece com o seu trabalho é meramente profissional. Mentira, por que você sente raiva de diversas coisas que às vezes nem têm real importância? Por que você leva para suas relações pessoais assuntos de seu trabalho? Mas o que seu patrão põe na mesa de reuniões quando você vai pedir um aumento é sempre contrário ao cotidiano vivido e pior ainda, você nunca tem coragem de falar. Na teoria, o que deveria acontecer é ao você sair de seu cargo outro te render... Na prática, você sai de seu cargo (mandado embora mesmo) e ainda ficam diversas pendencias pessoais, profissionais, de postura etc. Quero dizer que nós, homens e mulheres, perdemos o comprometimento com nós mesmos. Nosso folclore, costumes e hábitos que erma passados hereditariamente. Minha família era cheia de histórias quando eu era criança, ai de quem duvidasse das histórias de meus tios e avós, mas hoje para falar a verdade um monte de coisa que eu jurava que fosse verdade, já começo a duvidar...
Por quê? Não faz sentido eu voltar atrás com uma coisa que já acreditei e até defendi algumas vezes! O pior é que mesmo assim, estas mesmas pessoas continuam com suas histórias, nos fascinam sempre, sendo verdade ou mentira... A história que cansei de ouvir, não foi só em meu circulo de amizades não, foi dentro de ônibus, em festas chatas e outros diversos lugares. Aquela história de que os Maçons são satanistas, etc. Então, este magicismo que toma conta da gente quando fala disso, já não é mais parte de nosso cotiano! E pior a forma de compartilhar seus sentimentos, projetos de vida, ficaram obsoletos e antiquados demais para acompanhar esta chuva de novidades tecnológicas... A cada mês um novo celular, um novo carro, uma nova moda, uma nova gíria, uma nova forma de produzir conteúdo surgue! E as leis tipo de patente por exemplo , já não são suficientes mais para frear o copia e cola da internet...
Este brainstorm é confuso mesmo. As formas de apropriação e construção de conhecimento estão cada vez mais colaborativas, o que é para muitos um ótimo indicador. Para mim, o que acontece é a replicação de materiais e o que você tem no final? A mesma coisa!

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